5 de fev. de 2014
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‘Rolezinhos’: marcas de grife estão com vergonha da ligação com esse público

quarta-feira, fevereiro 05, 2014
Parece que os chamados “rolezinhos”, encontros de jovens da periferia que vão para shopping em grande número, não andam incomodando apenas as pessoas que costumam frequentar os shoppings com mais frequência ou aos lojistas. Parece que os representantes das marcas que estão sendo associadas diretamente ao movimento também não estão nada satisfeitos com esta publicidade.

De acordo com as informações que foram divulgadas pelo Instituto Data Popular, que é especializado no estudo de mercado de alguns segmentos, muitas delas passaram a pedir instruções para o próprio instituto ou para agências de publicidade e propaganda para tentar se desvincular do movimento e assim amenizar o possível problema que a imagem negativa dos rolezinhos podem passar para outros consumidores.

O diretor do Data Popular chegou a dar uma declaração um tanto quanto polêmica, ao dizer que boa arte das marcas acabam tendo vergonha de seus cliente mais pobres, já que historicamente foram marcas que se posicionaram para a elite. Quando estes consumidores mais ricos acabam percebendo que a marca está deixando de perder aquele caráter exclusivo, então ele para de comprar e vai para outra marca.

É claro que para preservar as marcas o instituto não divulgou quais são as empresas que assumiram esta posição de tentar reverter um quadro que, na avaliação deles, parece negativo. Mas geralmente são marcas de tênis e roupas de um modo geral e assessórios que passaram a fazer parte constantemente da vida dos jovens também da periferia.

“Algumas empresas me procuraram dizendo ‘minha marca está virando letra de música, febre na periferia e não quero estar associado a esse pessoal’”, declarou o diretor do instituto.

O outro lado da moeda

Enquanto existem aquelas empresas que estão tentando fugir deste público para conseguir tentar recuperar aquela sensação de exclusividade, tão procurada pelos consumidores com mais dinheiro, existem também aquelas empresas que não deixam de enxergar nestes jovens como uma grande oportunidade de negócio.

Muitas empresas também procuram o instituto Data Popular para tentar criar algumas estratégias que façam com que eles consigam alcançar justamente aqueles jovens, principalmente os que pertencem a Classe C, de olho no aumento de renda das pessoas que fazem parte desta classe social.

Um levantamento muito interessante, divulgado semana passada, mostra que realmente as empresas que estão deixando de investir nos jovens de Classe C estão deixando escapar entre os dedos uma grande oportunidade de negócio. O relatório mostra que a renda dos jovens que pertencem a Classe C é maior do que a soma da renda dos jovens das classes A, B e D.

Os números mostram que a renda dos jovens da Classe C de R$ 129,2 bilhões, maior do que a soma das classes A, B e D juntas, de R$ 99,9 bilhões. Em 2013, na capital paulista, o consumo da periferia alcançou um valor duas vezes maior do que o consumo da região central: R$ 188,7 bilhões frente a R$ 87,53 bilhões.

As marcas do rolezinho

Uma pesquisa feita por alguns veículos de comunicação conseguiu identificar algumas das marcas mais procuradas pelos jovens fazem parte deste movimento batizado como rolezinhos. Geralmente são produtos de marcas consideradas de primeira linha. Estes jovens estão conseguindo ter acesso a roupas de marca basicamente por dois motivos: elas estão mais baratas de uma forma geral, sendo vendidas inclusive em grandes lojas do varejo que já foram conhecidas mais por vender roupas populares; outra forma são os produtos falsificados.

Dentre as marcas citadas pelos jovens estão linhas da Lacoste e da Hollister. Outra marca muito citada é a Abercrombie, que inclusive já perdeu boa parte dos seus consumidores de classes mais altas por causa da popularização. Marcas de calçado também aparecem com frequência, como Nike e Mizuno. (Fonte: ClickGrátis)

Confira o depoimento de um "Rolezeira"




 
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